sexta-feira, 2 de julho de 2010

Interprete de Adamo em Passione afirma que foi Campeão Brasileiro.

02/07/2010
Rio de Janeiro - RJ

Saiba mais sobre o ex-mecânico industrial, lutador de judô e intéprete de Adamo em "Passione"

Quando morava em Joinville e vinha a São Paulo para ver espetáculos de Fernanda Montenegro, Germano Pereira nem imaginava que contracenaria com ela em sua estréia na televisão.

Mecânico industrial, ele deixou para trás um cargo importante em uma multinacional inglesa instalada no Brasil e um amor “como o de Romeu e Julieta” para vir atrás do sonho de ser ator.

Fez teatro, aprendeu a domar cavalo chucro para o cinema e um dia, após uma apresentação, ouviu de Silvio de Abreu que tinha muito talento.

Não demorou para ser convidado por ele para interpretar o – até agora – introvertido Adamo, que promete passar por uma transformação. “Todos os personagens dessa novela são tarados, e o Adamo não seria diferente”, brincou.

O riso aberto do ator, que recebeu QUEM em um café de São Paulo, só dá lugar para uma expressão mais séria quando o assunto é o coração. Germano diz que “não acredita no romantismo bobo”, mas fica visivelmente tocado ao falar de um amor do passado. Confira os melhores momentos da entrevista:


QUEM: Que lembranças você tem da vida em Joinville?
Germano Pereira: Eu sou o mais velho de três filhos, tenho duas irmãs. Tocava em banda desde os 13 anos, gostava de arte. Só que eu me formei em mecânica industrial, comecei a faculdade de engenharia e com 17 anos eu já estava assumindo uma multinacional inglesa aqui no Brasil, então tinha tudo para seguir essa carreira.

QUEM: Qual foi a reação da família quando você disse que preferia ser ator?
G.P.: Meu pai no começo ficou assustado, porque eu já estava feito, tinha um ótimo salário. Iam me mandar para Londres aos 19 anos, para ficar dois anos. Então eu pensei: ‘antes de ir para lá já vou recuar porque senão não vou desistir’. Não gostava. Às vezes ia para o banheiro para chorar, dar um tempo. Já era ator, sofrendo desse jeito (risos). Sempre ia para São Paulo para ver peças da Fernanda Montenegro e de outros atores. Um dia, fui assistir a “Dona da História”, com a Marieta Severo, e decidi que queria ser ator. Pedi demissão e fui para Curitiba, onde ingressei na companhia Satyros. De lá, vim para São Paulo.


QUEM: E como foi que surgiu o convite do Sílvio de Abreu para a novela?
G.P.: Comecei a escrever há oito anos e fiz uma adaptação do 'Hamlet' com uma visão budista. O Silvio foi assistir com a mulher, exatamente no mesmo dia que meus pais vieram para São Paulo para ver a peça. No final, ele esperou os atores saírem do camarim e veio me dizer: ‘Você é um grande ator, gostei muito do seu trabalho, e um dia vou te indicar para a Globo’. Quando foi ver uma segunda peça minha, ele já ia escrever Passione e aí veio o convite..

QUEM: Tem sido fácil lidar com o assédio repentino?
G.P.: É fenomenal. Acabei de sair do restaurante agora e vieram dois velhinhos com mais de 80 anos me dizendo: ‘É o filho do Totó!’. Isso no teatro eu nunca tive, nem no cinema. E rola muita cantada também. Pessoalmente e mais escancarada, já querendo marcar encontro por Twitter, Facebook, é meio impressionante. As mulheres são bem ousadas.

QUEM: Mas você está solteiro?
G.P.: Eu estava namorando até agora pouco. Namorei 3 anos, mas agora não sei como está. (faz uma pausa) .É difícil, não sei como é ser um ator de televisão. Estou tendo muitas informações novas. Imagina, uma mulher que namora um ator da Globo sente ciúmes de muita coisa. Quando eu saí de Joinville para ir para Curitba, eu era novo, e tinha uma namorada... Era a história de Romeu e Julieta. Começamos como 16 anos a namorar e ficamos juntos até os 21, mas dos 19 aos 21 comigo já viajando. Foi muito difícil, era uma namorada para casar. Saio da cidade para assumir minha profissão e acabo deixando um amor lá. E agora começando a novela, isso parece que está acontecendo de novo...

QUEM: Ainda mais com as cenas quentes com a Deborah Secco no filme “O Doce Veneno do Escorpião”...
G.P.: Estou me acostumando com essa coisa de jornalista. Recentemente dei uma entrevista em que falei sobre essas cenas e aí colocaram em letras garrafais: ‘Germano faz sexo com Deborah Secco’. Foi ótimo gravar com a Deborah. Já sabia que ela estava se entregando para o personagem, mas só fui falar com ela antes de gravar as cenas. Foi engraçado porque eu fui lá e provei vários figurinos, mas quando eu cheguei no set o diretor me olhou e pediu para eu tirar a roupa. E a Deborah já estava só de calcinha transparente. Pouco depois, ele me disse: ‘Vamos ver se você fica só de cueca ou de tapa sexo’. Pensei: ‘Ah, meu Deus...’ Fui cumprimentá-la assim. Nessa hora deu um nervoso, foi engraçado.

QUEM: E gravar com a Fernanda Montenegro, também te deixou nervoso?
G.P.: Foi maravilhoso. A Fernanda foi pra Itália, a gente conviveu. Não deu frio na barriga contracenar com ela, porque é tanta humanidade que eles têm, que rompendo a primeira barreira, que é a que gente coloca, depois é aprender, conviver.

QUEM: Seu personagem é um homem do campo. Já tinha este tipo de experiência?
G.P.: Eu fui criado na cidade. Fui pra cidades pequenas, mas nunca convivi em fazenda. Só que eu fiz o filme ‘Menino da Porteira’. Tive que aprender a andar a cavalo, embora não mostre isso no filme. Eu fiz um treinamento de três meses e hoje quase consigo domar um cavalo chucro.

QUEM: O Adamo tem similaridades com a sua personalidade?
G.P.: Ele cuida da família, é um apaixonado pelo trabalho como eu e pela vida também. Em breve ele vai ter dois amores. Um grande amor do passado que vai reaparecer e outro quando ele vier para o Brasil. O antigo amor é uma garota de programa, então tudo que se imagina do meu personagem cai por terra. Todos os personagens dessa novela são tarados, e o Adamo não seria diferente (risos).

QUEM: Já passou pela mesma situação, de estar apaixonado por duas mulheres?
G.P.: Sim, já passei por isso. Mas eu sou romântico, acredito no amor. Não naquele romantismo bobo, mas no amor. A gente tem que encontrar nossas paixões, aquilo que nos abastece, nossas fontes.

QUEM: E quais são as suas?
G.P.: Desisti de uma profissão para vir para essa, é a minha maior paixão. Gosto de filosofia, que cheguei a cursar um tempo na USP, da vida, de esportes. Leio muito, cinco ou seus livros ao mesmo tempo. Quando não estou fazendo isso, estou vendo filmes. Até gosto de balada, mas não sou de ir muito. E gosto de namorar. As mulheres são tudo... Sexo é importante, mas eu fico encabulado de falar disso. Posso dizer que eu gosto muito, mais do que isso fica pornográfico.

QUEM: Você se acha sexy?
G.P.: Ah, não sei, diga você. Eu vou falar isso? Eu me cuido... Faço muito esporte, corro, fui campeão brasileiro de judô, fui nadador...

QUEM: E o que considera sexy em uma mulher?
G.P.: Tem que ter um corpo bonito, ser bonita, ter um olhar diferente, a voz... mulher é um conjunto. As mulheres perderam a feminilidade com essa emancipação e não deveria perder isso apesar de assumir postos importantes, de ser independente. Mulher muito barraqueira me faz perder o interesse. É muito bom ver uma mulher poderosa que segue feminina. A Ellen Roche, que é minha amiga, e é um exemplo dessa sensualidade ela é linda, é exuberante.

Flávia Faccini - Divulgação JUDÔinforme

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