Antalya - Turquia
Mais uma medalha para o Brasil
No dia em que as esperanças de medalhas estavam sobre o experiente Antônio Tenório, quem brilhou neste sábado no Mundial Paraolímpico de Judô foi justamente a caçula da seleção brasileira, Victoria Santos de Almeida Silva. Com apenas 17 anos, ela conquistou a medalha de bronze na categoria médio (até 70 quilos). Foi a terceira medalha da equipe feminina, que já conquistara a prata com a leve (até 57 quilos) Lúcia Teixeira e o bronze com a meio-médio (até 63 quilos) Daniele Bernardes Silva.
O tetracampeão olímpico Tenório, na meio-pesado (até 100 quilos), por sua vez, terminou em quinto lugar ao perder a decisão do bronze para o americano Myler Porter por ippon. Alexandre Ferreira, na pesado (mais de 100 quilos), ficou em nono, enquanto Deanne de Almeida, pesado (mais de 70 quilos) e Roberto Julian Santos Silva, na médio (até 90 quilos), perderam suas lutas.
Chamada carinhosamente de Totozinho por Tenório, Victoria estava surpresa com sua vitória, apesar de em São Paulo, uma semana antes do embarque, ela ter afirmado que estaria na Turquia para vencer.
“Depois que eu perdi a semifinal, nem eu sei muito como consegui voltar bem para a disputa do bronze, como encontrei maturidade para enfrentar esta situação”, disse Victoria, que mesmo na disputa do bronze teve frieza para superar um começo adverso e vencer a americana Cristella Garcia, que abrira uma vantagem de três yukos.
Na primeira luta, Victoria já mostrou toda a impetuosidade adolescente que lhe levou ao bronze. Ignorou a torcida local e partiu para cima da turca Güler Yur por ippon. Na luta seguinte a brasileira teve pela frente a mexicana Lenia Ruvulcaba, vice-campeã paraolímpica. Mostrou a mesma vontade, mas recebeu um contra-golpe e perdeu a chance de lutar pelo ouro.
Foi a terceira medalha do Brasil no Mundial, todas com a equipe feminina, que teve um ótimo desempenho, como apostara a comissão técnica.
“As meninas mostraram que estão bem e também merecem todo o apoio, e a Victoria, nosso Totozinho, está no caminho certo. Ainda vai nos dar muitas alegrias”, disse Tenório, revelando o apelido da caçula da equipe.
“Eu sempre falo com ele que quando crescer eu quero ser igual a ele. Espero que essa medalha seja a primeira de longa carreira na seleção paraolímpica”, disse Victoria.
Tenório começou bem sua caminhada para uma esperada medalha que não veio. Venceu por ippon suas duas primeiras lutas, contra o iraniano Hamed Alizadeh e contra o argelino Messaoud Nine. Na semifinal, o brasileiro chegou a conseguir um ippon contra o britânico Joe Ingran, que não foi validado porque os árbitros consideraram que o golpe fora aplicado fora da área de competição.
“Tem chegado muita gente nova e, infelizmente, não temos tantas competições internacionais para competir. Eu mesmo não participava de uma competição internacional desde 2008, e isso faz diferença. Podemos perder uma medalha por um detalhe, como aconteceu comigo na semifinal. Tem chegado muita gente nova nas competições. Esse britânico mesmo é um menino desconhecido”, disse Tenório, que contestou a decisão dos árbitros, considerando que começara o golpe dentro da área de luta.
O último dia de competições está reservado para a disputa por equipes e para a categoria feminina para atletas com mais de 78 quilos, com a participação novamente de Deanne Almeida, medalha de prata em Pequim.
Como o Mundial conta pontos para o ranking que classifica para os Jogos Paraolímpicos de Londres, a organização fez três disputas para atletas acima de 70 quilos. Uma para todas as atletas com mais de 70 quilos, que conta pontos para o ranking, dividindo também as competidoras entre mais duas categorias, até 78 quilos e mais de 78 quilos. Assim, a brasileira, que ontem perdeu logo na estreia para a chinesa Yapping Yuan, que a derrotara na final Paraolímpica, tem mais uma chance de medalha neste domingo.
Duas medalhas para o Brasil
O Brasil conquistou duas medalhas no segundo dia de competições do Mundial Paraolímpico de Judô, que está sendo disputado em Antalya, na Turquia. Lúcia Teixeira, na categoria leve (até 57 quilos), ficou com a prata, enquanto Daniele Bernardes da Silva, na meio-médio (até 63 quilos), terminou com o bronze, nesta sexta-feira. No masculino, Magno Gomes, da leve (até 73 quilos) e Denis Rosa, da meio-médio (até 81 quilos) ficaram em nono lugar.
Se Daniele, com duas medalhas de bronze em Paraolimpíadas estava cotada para o pódio, Lúcia surpreendeu ao vencer por ippon logo na estreia a chinesa Qian Zhou. Na semifinal, a brasileira ganhou da turca Duygu Cete, também por ippon. Na final, Lúcia foi imobilizada e perdeu por ippon para Afag Sultanova, do Azerbaijão. A curiosidade da conquista de Lúcia e Daniele é que as duas trocaram de categoria justamente para a competição:
“Deu certo, né? Acho que a mudança também surpreendeu as adversárias, que vieram para cá esperando enfrentar a Dani e tinham estudado o estilo dela. Eu me sentia muito leve na categoria até 63 quilos e a Dani tinha dificuldades na 57 quilos, conversamos e decidimos fazer a mudança”, disse Lúcia, dedicando o título a muita gente, mas principalmente à filha Ana Clara, de dois anos.
Daniele só enfrentou lutas duras até chegar à semifinal, quando perdeu por um detalhe para a chinesa Tong Zhou, por ippon. Na estreia, contra a americana Jordan Mouton, uma chave de braço lhe garantiu a vitória por ippon. Na luta seguinte, porém, a cubana Dalidaivis Rodriguez ameaçou até o final, mas a brasileira soube segurar a vantagem de um wazari. Após a derrota para a chinesa, Daniele saiu chorando do tatame, mas buscou forças para reagir:
“Na hora fiquei chateada, com raiva mesmo, mas eu não tinha vindo aqui para perder. Eu vim para ganhar e queria muito este bronze”, disse Dani, que tem na carreira dois bronzes em paraolimpíadas, em Pequim e Atenas. “Antes do Mundial ainda brinquei que estava cansado de bronze, mas estou adorando ter conquistado mais um para a minha coleção, na primeira vez que eu disputo um Mundial”, comemorou a judoca brasileira, que venceu a finlandesa Paivi Tolppanen na disputa pela medalha.
Depois de um primeiro dia em que os resultados ficaram abaixo do esperado, a comissão técnica comemorou não apenas as medalhas, mas mesmo a colocação dos homens.
“Foi muito bom. As duas medalhas coroam um trabalho de muita dedicação, mas mesmo o resultado dos meninos deve ser comemorado. São duas categorias muito disputadas e em Pequim não conseguimos levar nenhum atleta. Agora já marcamos pontos no ranking”, disse Jaime Bragança, lembrando que nas Paraolimpíadas de Londres serão apenas dez vagas no masculino, pois as outras duas serão reservadas para o país anfitrião e para o continente africano.
O Brasil também tem muitas chances de medalha neste sábado. Será a vez do tetracampeão paraolímpico e único brasileiro com o título do Campeonato Mundial de Judô, Antônio Tenório, na categoria meio-pesado (até 100 quilos), de Roberto Julian Santos Silva, na médio (até 90 quilos) e Alexandre Ferreira da Silva, na pesado (acima de 100 quilos) no masculino. No feminino, a caçula da delegação, Victoria Santos de Almeida Silva, de apenas 17 anos, estreia na categoria médio (até 70 quilos), assim como a pesado Deanne de Almeida, prata em Pequim.
Divulgação - JUDÔinforme
Nenhum comentário:
Postar um comentário