sexta-feira, 26 de março de 2010

Karla Ferreira fica em quinto no Mundial Paraolímpico na Turquia.

26/03/2010
Antalya - Turquia

Começou nesta quinta-feira (25) o Mundial Paraolímpico de Judô, em Antalya, na Turquia. E, no primeiro dia de competições, o melhor resultado do Brasil foi o quinto lugar de Karla Ferreira, na categoria leve (até 48 quilos). Halyson Botô, na meio-médio (até 66 quilos) ficou em nono, enquanto a também meio-leve Andréa Canteiro (até 52 quilos) e o leve Rogério Santos (até 60 quilos) perderam duas lutas seguidas e não se classificaram.

Nesta sexta-feira, as maiores esperanças de medalha para o Brasil estão depositadas em Daniele Bernardes Silva, na meio-médio (até 63 quilos). Além de Daniele, entram no tatame Lúcia Teixeira (leve-até 57 quilos), Magno Gomes (leve-até 72 quilos) e Denis Aparecido Rosa (meio-médio-até 81 quilos).

Uma das favoritas ao pódio, Karla sofreu justamente por chegar ao Mundial entre as favoritas. As adversárias conheciam seu estilo de judô e procuraram neutralizar seus pontos fortes antes de qualquer coisa:

“As meninas entraram para não deixar a Karla lutar e nessa situação não se pode cometer um deslize, qualquer pequeno erro pode ser fatal”, disse o técnico Alexandre Garcia. “Essa é uma realidade que a Karla vai ter de aprender a lidar, vai precisar ter mais paciência nas lutas e buscar algo novo para seu judô”.

Decepcionada, Karla chegou a chorar após as duas derrotas que sofreu, na semifinal e na disputa pelo bronze, mas espera que o seu resultado não influencie o restante da equipe:

“Tenho certeza de que isso não vai acontecer. O pessoal vai entrar para ganhar, sem pensar no passado”, disse Karla, explicando que poderia ter segurado mais as lutas que perdeu.

A brasileira estreou logo contra uma pedreira: a francesa Karima Medjeded, que a derrotara na final dos Jogos Paraolímpicos de Atenas (2004). O combate foi muito equilibrado e Karla esteve quase sempre atrás no placar, virando a luta quando faltavam apenas 26 segundos, para vencer por quatro yokos contra três da adversária. A vitória seguinte foi muito mais tranqüila, com um yppon com apenas 43 segundos sobre a espanhola Laura Garcia. O sonho do ouro acabou no combate contra chinesa Guo Huaping, que derrotou a brasileira também por yppon e acabou com a medalha de prata.

Karla, que ficara abalado com a derrota, buscou forças e muita concentração para voltar ao tatame para a disputa do bronze. Porém, novamente caiu na armadilha de outra velha conhecida, a alemã Carmen Brussig, que a venceu na final dos Jogos Mundiais de Deficientes Visuais, em 2007. Com dois wazzaris que se transformaram num yppon, a alemã voltou a superar a brasileira. A campeã na categoria foi a surpreendente Lee Kao-Lin, de China Taipé.

Halyson Botô, apesar do nono lugar, pôde ao menos comemorar o yppon mais rápido da competição até agora, ao derrotar Fung Kim Kwok, de Hong Kong, em sua primeira luta pela repescagem em apenas seis segundos. Na estreia, o brasileiro perdera por yppon para o ucraniano David Khorava. Botô foi eliminado após nova derrota por yppon, desta vez para chinês Zhao Xu.

Andréa Canteiro e Rogério Santos sentiram o peso de participar de um Mundial pela primeira vez, segundo o técnico Garcia. Os brasileiros acabaram não oferecendo muita resistência. Andréa perdeu para a russa Alesya Stepanyuk e para a algeriana Mounia Kerkar, enquanto Rogério se despediu do Mundial ao ser derrotado por Ramin Ibrahimov, do Arzerbaijão, e por Li Xiadong, da China.

Para Jaime Bragança, coordenador de judô do Comitê Paraolímpico Brasileiro, o primeiro dia do Mundial já mostra que a disputa pelas vagas nos Jogos Paraolímpicos será muito acirrada. O Mundial é a primeira das competições que contam pontos para o ranking classificatório, juntamente como o Parapan-Americano e os Jogos Mundiais para Deficientes Visuais, ambos em 2011.

“Nunca tivemos tantos países disputando o Mundial, e o número de atletas, assim como o nível técnico, está muito mais alto agora. A menina de China Taipé, que venceu a categoria da Karla, por exemplo, ninguém conhecia”, disse Bragança.
CPB - Divulgação JUDÔinforme

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