quinta-feira, 4 de março de 2010

No Rio, Lula inaugura só 25% do Programa de Aceleração do Crescimento da Rocinha.

04/03/2010
Rio de Janeiro - RJ

Secretário do governo fluminense atribui atraso às desapropriações.

Dois anos após o início das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na Favela da Rocinha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai inaugurar na segunda-feira dois trechos que representam pouco mais de um quarto dos R$ 220 milhões prometidos para a comunidade, segundo o governo do Rio.

Foram concluídas as obras de um complexo esportivo (18,6% do orçamento previsto) e do Centro de Atendimento à Saúde, chamado pelo governo de "super UPA" (Unidade de Pronto-Atendimento), que oficialmente significou 7,1% do total. Obras do PAC estão em andamento em cinco favelas do Rio ? as da Rocinha são as mais atrasadas.

"Ele (o presidente Lula) queria inaugurar o complexo esportivo junto com a UPA. A obra na Rocinha atrasou por causa da desapropriação de terrenos, mas está entrando no eixo. Temos 26% prontos e até o fim do ano queremos concluir tudo. A coisa que o presidente mais me cobra é a inauguração do PAC da Rocinha", afirmou o secretário de Obras e vice-governador do Rio, Luiz Fernando de Souza Pezão.

Na Rocinha, 720 casas foram desapropriadas, 200 delas para a construção do complexo esportivo ? ao todo, as obras do PAC em favelas do Rio resultaram em 5 mil desapropriações, cerca de 25 mil pessoas "remanejadas", segundo a Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop).

"Foi o mais difícil. Tivemos pouco tempo para mexer em muita coisa. Sem desapropriar, não consigo fazer nada", disse o presidente da Emop, Ícaro Moreno Júnior. Segundo ele, o volume de obras já representa hoje 49% do total na Rocinha, apesar da inauguração de 26% prevista para segunda.

ESPORTES

Moreno Júnior estima que até mil pessoas poderão praticar e aprender esportes ao mesmo tempo no novo centro, em diferentes modalidades. No lugar de barracos e de um campo de futebol de terra batida foram construídas quadras poliesportivas, um campo de grama sintética, duas piscinas (uma semiolímpica e uma infantil), espaços para aulas de surf, boxe, judô, skate e capoeira. Também há um estacionamento e área de lazer com bar e churrasqueira. O complexo tem ao todo 10 mil metros quadrados.

"O lugar para judô talvez seja um dos maiores da América Latina", disse o presidente da Emop. "A comunidade pedia há anos um complexo esportivo. Ali não tinha lugar para isso. O adensamento é muito grande."

A inauguração do novo viaduto sobre a autoestrada Lagoa-Barra, projetado por Oscar Niemeyer, está prevista para junho. Há ainda a previsão de entrega de uma creche modelo e um centro de convivência com cursos e projetos voltados para jovens, além da abertura e alargamento de ruas e a construção de 144 unidades habitacionais.
Felipe Werneck - Divulgação JUDÔinforme

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