02/09/2010
Rio de Janeiro - RJ
RIO - É hora de respirar fundo. Até 2016, quando o Rio vai sediar, pela primeira vez na história da América do Sul, as Olimpíadas, de 5 a 21 de agosto, e as Paraolimpíadas, de 7 a 18 de setembro, a cidade e o país vão acordar, trabalhar, comer, beber e sonhar com esporte. Já a partir de 2011, os cariocas vão se acostumar mais e mais a assistir a megaeventos, e a cidade vai ganhar em visibilidade e dinheiro. Os palcos esportivos cariocas serão sede dos Jogos Mundiais Militares, da Copa das Confederações, da Copa do Mundo, de eventos-testes das Olimpíadas e dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos.
Ainda em 2010, o Rio vai receber, de 27 de novembro a 5 de dezembro, o 45 Mundial Militar de Tiro, em Deodoro. De 16 a 24 de julho de 2011, a cidade sediará a quinta edição dos Jogos Mundiais Militares, do Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM). Chamados informalmente de Olimpíadas Militares, os Jogos reunirão seis mil atletas de 110 países, em 20 esportes, sendo 15 olímpicos: atletismo, boxe, basquete, esgrima, futebol, hipismo, iatismo, judô, natação, pentatlo moderno, taekwondo, tiro esportivo, triatlo, vôlei e vôlei de praia. Cinco modalidades militares integram o programa: orientação, paraquedismo, pentatlo naval, pentatlo militar e pentatlo aeronáutico. Do pentatlo moderno constam hipismo, esgrima, natação, tiro e corrida. Já o pentatlo militar reúne tiro, pista com obstáculos, natação utilitária, lançamento de granada e cross-country. Do aeronáutico fazem parte tiro, esgrima, natação com obstáculos, basquete (arremessos individuais), pista com obstáculo e orientação. E no pentatlo naval, além de corrida com obstáculos, contam natação de salvamento, natação utilitária, habilidade naval e cross-country anfíbio.
Os Jogos Militares têm um caráter poliesportivo, como os Pan-Americano de 2007 e as Olimpíadas. Por isso, serão um teste para 2016, na organização, estrutura, transporte e qualidade das instalações. A infraestrutura inclui Engenhão, São Januário, Escola Naval, Cefan, Maria Lenk, Maracanãzinho, Arena Multiuso, Praia de Copacabana e instalações militares como as de Resende, que vão sediar o paraquedismo. As novidades serão um estande no Centro Nacional de Tiro, e as Vilas Verde, Azul e Branca, que vão hospedar as delegações em Deodoro. Após o evento, passarão a ser de uso militar.
O CO Rio 2011 já negocia com a prefeitura um esquema especial de trânsito para que o deslocamento de atletas e outros membros de delegações seja feito por faixas exclusivas em vias como as linhas Amarela e Vermelha e a Avenida Brasil, como aconteceu no Pan. A principal preocupação é encontrar uma solução para circulação das delegações no trecho mais próximo de Deodoro, onde não há seletiva.
- Os preparativos para a 2011 seguem um planejamento típico de megaeventos esportivos. Não tem como ser diferente. Os Jogos de 2011 vão trazer para o Rio cerca de seis mil atletas de 110 países para $20 esportes em 37 modalidades. Após o Pan 2007, a experiência adquirida em preparar o evento nos foi repassada. E o mesmo faremos para os organizadores da Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 - diz o coronel Jamil Megid Júnior, coordenador-geral da Rio 2011.
No aspecto técnico, o adjetivo "militar" não indica que só haverá desportistas saídos dos quartéis. Pelo contrário. Na delegação brasileira, que deverá ter 300 atletas, um bom número deles é de atletas olímpicos de alto rendimento, que ingressaram nas Forças Armadas mediante edital de convocação. No ano passado, 72 atletas foram incorporados ao Exército como sargentos temporários, entre eles medalhistas olímpicos como Tiago Camilo, Flávio Canto e Leandro Guilheiro (judô), Vicente Lenílson (atletismo) e Natália Falavigna (taekwondo). Boa parte da equipe de natação que esteve em Pequim também recebeu a patente temporária: A seleção feminina de futebol é formada por atletas da Marinha, que mantém convênio com o Vasco. Já no vôlei, vários atletas entraram para o Exército em abril, depois da Superliga, passando por toda a instrução militar.
- O nível é bastante elevado. Nos Jogos Olímpicos de Pequim, 44% dos atletas russos, 54% dos italianos e 30% dos franceses que conquistaram medalhas eram das Forças Armadas - explicou o coordenador de Comunicação e Marketing da Rio 2011, coronel Roberto Itamar Cardoso Plum.
A delegação brasileira é organizada pela Comissão Desportiva Militar, órgão seme$ao COB. A Comissão Desportiva Militar tem reiterado que, depois de 2011, os atletas de alto rendimento não serão dispensados. Além disso, as Forças Armadas já vêm tocando programas de inserção social por meio do esporte. Com 133 países membros e mais de um milhão de atletas militares, o CISM quer promover no país um evento de padrão olímpico. Estatísticas dão conta de que um quarto dos atletas de Olimpíadas e de Mundiais são militares. Nos Jogos de Pequim 2008, dentre os 819 medalhistas, 139 eram militares. É possível, por exemplo, que a saltadora russa Yelena Isinbayeva, que é oficial, venha ao Rio para competir.
A organização do evento tem um custo estimado em R$ 1,2 bilhão, incluindo a construção de vilas de hospedagem, já em fase final. Editais para a escolha das empresas responsáveis pelo transporte das delegações e pelo fornecimento de refeições devem ser lançados até outubro.
Assim como os Jogos Olímpicos, o evento já tem uma logomarca e a mascote será conhecida este mês, como parte das comemorações do 7 de setembro. Uma consulta popular vai escolher o nome. Ainda este ano, haverá o programa de voluntários pelo site www.rio2011.mil.br. Ao todo, seis mil pessoas serão recrutadas principalmente entre alunos de escolas militares, professores $educação física e universitários participantes do projeto Rondon.
Já em 2013, o Rio vai ser uma das sedes da Copa das Confederações, promovida pela Fifa nos anos anteriores aos da Copa do Mundo em alguns dos estádios do Mundial, como evento-teste. O Brasil foi campeão de 2009, na África do Sul. O evento reúne, além do país sede, o campeão mundial (Espanha) e os campeões de América do Norte e Central, América do Sul, Europa, Ásia, África e Oceania. A competição deverá ser realizada entre quatro e seis cidades da Copa do Mundo, incluindo o Rio, provável lugar na final, no Maracanã.
Em 2014, entre os dias 13 de junho e 13 de julho, o país vai parar para torcer pela seleção no Mundial de futebol da Fifa, evento que mais apaixona o público brasileiro. Doze cidades vão sediar o campeonato, que reúne 32 equipes. O Maracanã, no Rio, vai ser a sede da decisão. Dois anos depois, em 2016, o mesmo estádio vai servir de palco da abertura e do encerramento das Olimpíadas, para atletas de mais de 200 países. No mesmo ano, cerca de três semanas depois, a cidade vai sediar as Paraolimpíadas. Haja fôlego!
OGlobo divulgação JUDÔinforme
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