Recife - PE
Cento e cinquenta jovens portadores de necessidades especiais fazem parte de um projeto, que mesmo com a falta de estrutura, vem ajudando a derrubar as diferenças
Um esporte como ferramenta de inserção social: o judô. Cento e cinquenta jovens portadores de necessidades especiais, fazem parte de um projeto, que mesmo com a falta de estrutura, vem ajudando - e muito - a derrubar as diferenças.
A sala é pequena, calorenta, mas tem um tatami, uma professora. O bastante para transformar a vida de muitas crianças. A maioria delas tem algum tipo de deficiência.
Wiliam tem limitações nos movimentos e não ouve. No judô, se diverte e melhora a coordenação motora, o equilibrio. Ele treina há quatro anos e, de tanto acompanhar o irmão, Carol resolveu lutar também. “Aqui não tem preconceito”, disse.
Na escolinha, eles aprendem a conviver com as diferenças. Helda Paula é uma das quatro estudantes de educação física que trabalham no projeto da Prefeitura do Recife. Até o ano passado, ela contava coma ajuda de um interprete para facilitar a comunicação com o alunos que não ouvem.
Mas agora tem de se virar para ser compreendida. “A gente trabalha com essa dificuldade, mas com jeitinho do brasileiro a gente chega lá”, falou. Esse não é o único problema. Há dois anos a Prefeitura não fornece kimonos para as crianças.
O projeto atende a mais de cem alunos. O momento mais aguardado por eles é a hora das lutas. Nesse momento, descobre-se que não é só a turma que está no tatame que se diverte. Os atletas têm direito a torcida empolgada dos pais.
Parece até que existe uma medalha em jogo. Para eles, é uma grande conquista ver as crianças no tatame. Só há vencedores. “Quando ganha é alegria, quando perde também é alegria, porque a gente não nasceu só para ganhar”, disse a dona de casa Maria Fragoso.
Maria é mãe duas vezes de Maurilio. A avô ssumiu o garoto quando ele tinha quatro meses de vida. Há três anos descobriu que Maurilio se concentrava no tatame. Começava ali a luta desses dois. “Ele não aprende. Não sabe ler, nem escrever, mas o judô é tudo para ele. Se é tudo para ele, eu vou lutar por ele até o fim. E antes de eu morrer eu vou ver ele lá fora, lutando e ganhando”, contou.
Maurilio Fragoso sabe que pode contar sempre com Maria. “Ela nunca faltou uma luta minha. Para mim, é importante ela estar lá”, falou. O motivo? Um abraço entre os dois responde tudo: o amor. “Amanhã ele vai ser um grande homem. Pode não saber ler, mas é atleta”, disse Maria.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Educação do Recife informou que está sendo feita uma pesquisa de preço e os kimonos devem sem comprados ainda este mês. Já a Secretaria de Assistência Social vai ceder um intérprete para ajudar na comunicação com os atletas surdos e mudos.
360Graus - Divulgação JUDÔinforme
eu sou judoca e acho muito importante essa iniciativa de vocês incluir todos no nosso esporte.Meu nome é fernando eu sou de varginha}(MG)
ResponderExcluirParabens Fernando, sua forma de pençar mostra o grande cidadão em que se formou.
ResponderExcluirProf. Rocha - Jornalista