terça-feira, 23 de novembro de 2010

Copa Brasilia Internacional sagra brasiliense Campeão.

23/11/2011
Brasilia, DF

Judoca brasiliense derrota o favorito Joseph Guilherme, depois bate todos os adversários por ippon e sagra-se campeão absoluto na volta da Copa Brasília Internacional, que não era realizada há seis anos

Takashi (azul) em plena demolição de Urtiga com um osoto-gari: vitória com todas as lutas encerradas com ippon, o golpe perfeito

O torneio absoluto costuma causar frenesi entre os judocas. Nele, não há distinção de peso entre os lutadores. Qualquer um pode se inscrever, pequenos enfrentam grandes, fracos enfrentam fortes. Neste espécie de ponto culminante de uma competição, o judoca brasiliense Takashi Haguihara Júnior, 29 anos, passou o trator, como se diz nos tatames. Na pule final, bateu todos os oponentes por ippon valendo-se de um osoto-gari demolidor. Não teve pra ninguém.

A vitória de Takashi começou a se desenhar antes mesmo das lutas finais. “Vou ser campeão. Tenho que ter pensamento positivo”, dizia ele ao Correio. A confiança crescera horas antes. Na fase eliminatória, ele se valeu de um sankaku (triângulo), imobilizou e derrotou por ippon na luta de chão o goiano Joseph Guilherme, lutador veterano, eterno reserva de Aurélio Miguel no peso meio pesado da Seleção Brasileira por muitos anos, atual campeão mundial master e favoritíssimo ao ouro na Copa Brasília.

Com Joseph fora da pule final, restavam o peso pesado Ricardo Torres e os pesos médios Lucas Urtiga e Rafael Durval. O primeiro duelo foi com Durval. Ippon por imobilização. Depois veio o show de osoto-garis. Torres primeiro. E, por fim, o de Urtiga — tão forte, que, horas depois da luta, os judocas da cidade ainda falavam da queda. “Lucas deve estar caindo até agora”, comentavam uns com os outros.

“Foi uma copa bem grande e organizada. Tínhamos vários atletas no absoluto e os melhores de Brasília estão aqui”, elogiava o campeão, depois de receber a medalha e R$ 1 mil a que fez jus pelo título. Para Takashi, que compete por Goiás, a competição serviu de treino para o campeonato nacional, marcado para o próximo fim de semana.

Igual ao nocaute
Ippon é o termo japonês que designa ponto — no caso, o golpe perfeito do judô. Com ele, a luta é encerrada. Quem o executa, vence o combate. Tecnicamente, a queda é considerada perfeita quando o adversário é projetado com força, velocidade e controle, com as costas inteiras no tatame.

Golpe de criança
É a primeira técnica ensinada a quem começa a praticar o judô. Trata-se de uma técnica em que o judoca ataca o pé de apoio do oponente com um movimento de sua perna e pé esticados, como uma ceifa. É o golpe preferido do maior judoca dos tempos modernos, o peso pesado japonês Yasuhiro Yamashita, já aposentado.


Um contra todos
Quatro judocas selecionados nas fases eliminatórias se enfrentam no sistema de todos contra todos. O ippon vale 10 pontos. Vitórias por pontuações menores valem menos. Depois que cada um tiver lutado contra todos os outros, os pontos são computados. Quem tiver mais pontos fica com o título.


Meninas aguerridas
O torneio feminino foi marcado por lutas ferrenhas e contusões. Tamaika Melo, 57kg, passou à pule final e, na última luta, contra Arethusa Ribeiro, 70kg, ex-Seleção Brasileira, saiu machucada do shiai-jô (área de luta), com ippon para a adversária.

Depois, na última luta do torneio, a peso pesado Michele Paz (mais de 78kg) duelou com a meio-pesado Clenice Costa (78kg) e se deu mal. Tomou um ippon e saiu da luta chorando, com dor nas costas.

No balanço dos combates, Arethusa Ribeiro bateu todas as adversárias por ippon e sagrou-se campeã. Curioso é que, na véspera, ela havia ficado apenas em segundo lugar no peso médio, atrás de Gislaine Garcia. Clenice Costa, que já havia vencido o peso meio-pesado no sábado, ficou com a medalha de prata do absoluto.

“A Copa foi muito boa, as meninas estavam fortes, todas elas são muito competidoras”, relatou a campeã. Foram 10 lutas até chegar ao resultado final. Arethusa já faz planos para 2011, quer investir mais na luta olímpica. “Já fui campeã brasileira de luta olímpica três vezes. Agora vou treinar para as Olimpíadas de 2016.”


Supersportes Divulgação JUDÔinforme

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