Brasilia - DF
Da direita para esquerda, Sakamoto, Sérgio e Lucas
O treinamento deles foi totalmente focado para o Campeonato Mundial Sub-20 de Judô, disputado na semana passada, em Agadir, no Marrocos. Mas, apesar de todo o empenho, os brasilienses Lucas de Oliveira, 19 anos, Vinicius Sakamoto, 18, e Sérgio Nascimento, 19, não passaram das quartas de final da competição. “Estou com muita raiva por ter perdido. Esperava ficar, pelo menos, em terceiro. Estava treinando muito, pensando que treinava forte. Depois do Mundial, vi que preciso treinar o triplo, o quádruplo. Voltei com outra cabeça e mudarei meu treinamento”, revelou Serginho.
Se para o judoca o fracasso foi inesperado, na opinião do presidente da Federação Metropolitana de Judô (Femeju) e coordenador técnico de base da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Luiz Romariz, o resultado ruim não chegou a ser uma surpresa. Para ele, a edição ia ser mesmo das meninas. “Já os meninos, sabíamos que tinham que rodar mais, participar de mais competições internacionais. Estamos nos preparando para o ano que vem”, afirmou ele, que acompanhou a delegação no Marrocos. “Os garotos da Europa e da Ásia disputam muitos eventos durante o ano. Não temos essa facilidade por conta do deslocamento, mas queremos aumentar nossa presença por lá. Já avisei aos três que em fevereiro haverá seletiva para o Circuito Europeu.”
O mestre e um dos técnicos dos três atletas Luciano Gonçalves, da Academia Peixoto, acredita que o peso da primeira vez atrapalhou a concentração dos brasilienses.
“Eles foram em condições de chegar ao pódio, mas acabaram vencidos pelo nervosismo. São meninos que já estão na Seleção Brasileira e têm um longo caminho”, defendeu. “Vamos trabalhar para que não precisem sair daqui (do Distrito Federal) para treinar.
O judô do DF precisa de uma política mais séria, para que os garotos tenham um apoio maior. É importante trazer judocas de outros estados para treinar aqui e levar os nossos para fora, para intercâmbio.”
De olho no próximo desafio, Sakamoto garante que não terá descanso. “Não quero parar. Vou continuar treinando e agora o foco é a seletiva para o Circuito Europeu”, ressaltou o brasiliense. “O Mundial me deu a consciência de que tenho que treinar muito mais para conseguir alcançar o nível da galera lá fora. Não sabia que eles eram tão fortes. Comecei a luta bem, mas o russo se aproveitou de um vacilo e fez um ippon (golpe perfeito)”, emendou ele, que ainda tem um ano como sub-20 e quer voltar à competição.
Serginho jurou que tirou lições da derrota. “Aprendi que quando a gente pensa que está bem, tem que querer fazer mais. Meu foco é a Olimpíada e estou fazendo de tudo para chegar lá. Sei que sou pequeno, mas não faço disso um empecilho”, garantiu o judoca, de apenas 1,55m.
Quem são eles
Nome: Vinicius Issao Sakamoto
Nascimento: 3/9/1992 — em Brasília
Altura: 1,70m
Peso: 66kg
Categoria: meio-leve
Principais conquistas: bicampeão
sul-americano (2006 e 2007); bicampeão brasileiro (2007, como juvenil, e 2008 como júnior); e campeão da Liga Universitária (2010).
Nome: Sérgio Júnio Gonçalves do Nascimento
Nascimento: 2/6/1991 — em Brasília
Altura: 1,55m
Peso: 55kg
Categoria: superligeiro (até 55kg)
Principais conquistas: campeão dos Jogos Escolares (2007) e do Sul-Americano Júnior (2010).
Nome: Lucas de Oliveira Almeida
Nascimento: 9/8/1991 — em Brasília
Altura: 1,72m
Peso: 73kg
Categoria: leve
Principais conquistas: prata no Campeonato Júnior (2007); bronze no Sul-Americano e no Brasileiro Júnior (2008); e campeão pan-americano júnior (2010).
Análise das derrotas
Veja em que pecaram os brasilienses, na avaliação
do presidente da Femeju, Luiz Romariz
Sérgio — “Venceu um atleta bastante gabaritado (o campeão europeu Otar Kaidarashvili, da Geórgia), o que foi uma grande surpresa para todos. Só não avançou na disputa por conta do erro da arbitragem (o árbitro central deu matê, que paralisa a luta, mas os outros juízes ignoraram) e porque chegou a desmaiar com o estrangulamento (do britânico Brandon Dodge). É um atleta dedicado e que tem tudo para se destacar.”
Sakamoto — “Começou bem a luta contra o russo (Arsen Tolasov), impondo ritmo bom. Poderia ter ido longe, mas deixou que ele pegasse a gola e encaixasse o golpe. Ano que vem ainda será júnior e, se mantiver o ritmo, deve despontar.”
Lucas — “Precisa de acompanhamento. Ele foi bem no Pan-Americano (venceu), mas mostrou oscilação. Entrou bem na luta contra o turco (Tanju Sorli), porém usou a tática errada, saiu muito da área de luta e tomou punição por isso. Avisei a ele e aos outros atletas que lá fora era assim (no Brasil, a punição por levar a luta para fora da área ainda não é habitual). Lucas lutou errado. Precisa passar por reciclagem de preparo psicológico e tático, mas tem muito potencial.”
Superesportes - Divulgação JUDÔinforme
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